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Letras de músicas - letra de música - letra da música - letras e cifras - letras traduzidas - letra traduzida - lyrics - paroles - lyric - canciones - JANELAS DA MEMóRIA - RAPPER YAGO - música e letra

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Janelas da Memória letra


Será que falo do amor, será que falo do ódio
Será que sou um adulto fugindo da infância no mundo dos mortos
Aquarelas em um papel, papel que rima com céu
Eu vi partindo aos seis anos mano meu papai noel

Passei, um pedaço da vida, longe de você
Mas o tempo nunca para e a saudade sempre vem bater
Nos pensamentos pai, onde você tava
Quando eu mais precisei, te procurava nas noitadas

Cercado de vários manos que era pá, lado a lado
Mas na hora do velório ali sentado só o yago
Quantas, fotografias amarelas eu olhei
Lembrando da sua risada e lá em casa só nós três

A mãe foi forte, só por fora memo
Sozinha com duas crias, no colo o Pedro
A ignorância, me sustentou por vários anos
Rejeitando quem me amava meu maior engano

Ó meu muleque ai ó, cantor de rap
Te amo filho me perdoa vê se não esquece
Quem sofre com essa história no final sou eu
Refém de um copo de veneno matando meu eu

Eu sei pai, o senhor tava lá
Mesmo caindo me aplaudindo eu te vi chorar
Lembrando daquele dia tirando as rodinhas
Da bicicleta me empurrando no quintal da tia

A gente sempre vai passar na vida sem entender
A dor da morte te abraça fazendo sofrer
Orra, que sexta louca que me derrubou
6 de março 2020 meu pai me deixou

Eu não vou chorar
Pai não vou chorar, não mais
Cumpriu a história, do senhor que nos guia do céu
Só restou as janelas da minha memória
Escritas em folhas de papel

Será que falo do amor, será que falo do ódio
E eu só lembro das risadas dentro dos meus olhos
O sonho eu não pude, não, eu não pude dar
Mais quando nascer pai vai saber quem foi você pode acreditar

Me pega em seus braços
Passos são os primeiros num compasso
Jah jah observa pequeno ato
Coração em pedaços na hora do adeus vejo algo
(Prurapapapapai foi apagado)

Você não era o nóia pai que todo mundo falava
Foi o herói sem logo no peito deixando pra mim um troféu de palavras
Hoje, o mundo é podre e o ser humano diz que foda-se
Mutila outra alma pelo olhar a todo instante

O preconceituoso que te julga fala
Bandido bom é bandido morto e todo nóia é praga
É bonitinho o filho do rico cheirando no bixo
Bem louco de coca ensaiando outro feminicídio

As drogas, te levou pai se perdeu na babylon cocaine
Num é marijuana, a boca trava o nariz sangra
Carreira dos satanazes o diabo vem e chama
Respira fundo, olhe pra vida e vê como o tempo é curto

Podia sim mano, ser tudo diferente
Uma família bonita unida como a TV mostra pra gente, paii
Me deparo agora com o senhor no caixão deitado
Virando canção do seu mulecão chamado rapper yago

Descanse em paz, mais vou sentir sua falta
A falta mata no segundo domingo de agosto, como ela mata
(Vix) que sexta louca que me derrubou
Mas te espero no próximo sonho pra dar um abraço e um te amo

Eu não vou chorar
Pai não vou chorar, não mais
Cumpriu a história, do senhor que nos guia do céu
Só restou as janelas da minha memória
Escritas em folhas de papel

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